Querido e solitário Diário A/R/Tográfico...
A duas semanas que retomei minhas aulas, após 72 dias de greve... Cheguei nas escolas para encontrar-las em estado mais precário que antes: sem iluminação externa nos pátios, sem pedagog@s, sem quadra de esportes (o teto do ginásio está desabando, o certo era estar interditado), professores e alunos desmotivados...
A greve foi ruim: pouca adesão, o movimento sindical aparelhado é horrível, o governo se sente seguro pra nos tratar como lixo, e muitos pais e alunos também. Mas não vejo mais utilidade em ficar dissertando a respeito disso.
Eu, por outro lado, voltei motivado a, muito mais do que antes, pensar junto com os alunos sobre os limites e as falhas de nossa modelo educacional. Eu sei muito bem dos problemas de corrupção, de desvio de verba, de descaso (corte de verbas) com professores, escolas, alunos, comunidade... mas me interessa mais pensar estruturalmente no modelo educacional falido e sem sentido que temos (chega de ser creche).
Por tanto alterei meu planejamento, e com todas as turmas de ensino médio regular eu vou fazer uma atividade de criação e composição musical. O tema: os problemas da educação (no micro, da nossa escola, e no macro, do modelo educacional). Vamos elaborar as letras (no estilo musical da preferência dos alunos), vamos compor juntos a melodia e as batidas, e vamos gravar e publicar em um blog o que for produzido.
Como inspiração para o debate, abandonado diário, lhe deixo este vídeo que estou assistindo (ouvindo) nesse exato momento:
os desafios da educação brasileira: em direção a uma educação viva e contemporânea, com viviane mosé (íntegra)
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