Seguindo pelo planejado...
Hoje começo a relatar e refletir mais detalhes sobre a atividade de elaboração de games com as turmas de primeiro ano do Ensino Médio nas aulas de Artes. Eu vou dividir tudo isso em 3 postagens: planejamento/geral; observações particulares; e reelaborações. Os games estão disponíveis para download no blog: http://gameartesescola.blogspot.com.br/
Planejamento/geral:
Primeiro, quero falar daquilo que ocorreu de maneira similar com as turmas, e dentro do esperado. Em síntese, a atividade aconteceu dessa forma:
- Em um primeiro encontro (aula faixa) eu falei a respeito de minha proposta para a atividade, passei alguns vídeos de games retirados do youtube, e conversei com os alunos sobre o que era possível de ser feito. A princípio pensei em passar algum documentário sobre a história dos vídeo games, mas no entanto, todos que assisti são chatos e lentos, não tem anda da dinâmica da forma de um game. Por isso que eu escolhi passar pra eles esse vídeo aqui:
Como um vídeo-clip, cheio de flashes rápidos e dinâmico, o vídeo encadeia meio segundo de cada um dos games mais famosos de cada geração de vídeo games em ordem cronológica. Pra meu espanto, e pra ver como subestimamos os alunos as vezes, a maioria dos alunos conhecia os principais personagens consagrados da terceira (8-bit), quarta (16-Bit), e quinta geração (Playstation 1 em especial) de vídeo games, mesmo estes sendo parte de minha infância e adolescência, e não da deles. Nesse momento eu soube que eles curtiriam sim fazer um game de plataformas bidimensional, um "side-scrolling", dentro de minhas possibilidades (eu só sei fazer games em um programa chamado Arcade Game estúdio, que é limitado para esses tipos de games do final dos anos de 1980, muito intuitivo e que pode ser baixado gratuitamente em www.bruneras.com)
- Em nosso segundo encontro nós definimos o enredo principal do game: seus personagens, cenários, e a curta narrativa que daria tempo de desenvolver. Fizemos isso com um caos organizado: eles iam dando idéias, eu anotava no quadro, de tempos em tempos eu parava para com eles agruparmos as idéias, descartar elementos, e assim foi tomando forma algo mais conciso. Ainda nesse encontro (lembrando que eram duas aulas), os alunos decidiram a que "equipe" de desenvolvimento participariam: 1 alun@ para ser o secretári@ do projeto (e que anotava tudo que eu pedia em um caderno especialmente preparado para a ocasião: nomes nos grupos, ideias para os games); uma equipe para desenhar cenários, uma equipe para desenhar personagens, uma para cuidar das músicas e outra para os efeitos sonoros.
- Nas duas semanas que se seguiram foi árduo trabalho de produção de imagens e sons: deixei as equipes livres para se acomodarem onde quisessem na escola: na biblioteca, no pátio, ou na sala de aula. Por isso tive de ficar perambulando pela escola e orientando/ajudando as equipes. Eles desenharam e gravaram músicas para seus games. @ secretári@ me ajudavam a lembrar os grupos do que foi planejado para o game. Mas as equipes tinham total liberdade de concretizar as ideias da forma que quisessem. Ainda, disponibilizei vários materiais nessas duas semanas: uma caixa com papeis de diferentes cores e tamanhos, lápis de cor, giz de cera, massinha de modelar, cola colorida, lápis 6B, canetinhas hidrocor, meu telefone celular com um programa de gravação de áudio, e meu video game portátil Nintendo DS com um programa de composição musical (Mario paint composer) instalado. O que funcionou ou não dessa parte vou relatar posteriormente.
- Fora das aulas fiquei trabalhando em casa, por que sim, um professor trabalha muito em casa, e nessa atividade trabalhei muito mesmo. Com o tempo curto, e sem equipamentos adequados na escola, era em casa que eu dava retoques no que era produzido pelos alunos: escaneava tudo, digitalizava, dava retoques no paintshop, editava áudio, e o principal: inseria gráficos, sons, e regras dos games no Arcade Game Studio para concretizar o game. Na última semana de trabalho com os alunos eu tive de usar quase que todo meu tempo livre em casa só para dar conta desta atividade, se não o game deles não ganharia as telas do computador.
- Por fim, com os games montados, fiz uma seção de jogatina dos games produzidos pelas turmas na escola: levei meu PC desktop para o colégio com meu monitor e tudo (por que os da escola são lentos e os games não funcionariam bem), tudo configurado com um controle de jogo (controle de sega Saturn USB) para os alunos jogarem seus próprios games e os dos colegas.
- As avaliações que eu fiz foram as seguintes: deu uma nota pra cada dia de trabalho das equipes, de acordo com o empenho e participação deles na tarefa (duas semanas = duas notas). E ao final pedi para eles uma redação sobre a atividade.
Esse é o breve relato geral da atividade que fiz com três turmas de primeiro ano do Ensino Médio. Na próxima postagem vou detalhar escolhas, planos, redimensionamentos, de cada um dos 3 games produzidos, e como os alunos participaram (ou não) das atividades.
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