Ponto alto:
A duas semanas finalizamos a atividade de "leitura" da música, na verdade, sob o título de "Forma e conteúdo na arte", com o arte nesse sentido amplo mesmo. Foi bem legal, gostei do resultado. Começamos ouvindo esta música:
Sem eles saberem título, nem qualquer outra informação, pedi para que eles, enquanto ouvisse, anotassem os sentimentos e memórias que tinham ao ouvir a música. Como esperado, todos associaram a música a festa, alegria, praia, lual, tranquildiade, vontade de dançar. Conversamos a respeito, e o consenso foi que a música, em sua forma (o instrumental), representava alegria.
Em seguida passei as informações sobre a música, e eles copiaram a letra. Deixei claro a diferença entre a objetividade científica e a subjetividade na arte, e discutimos nossas interpretações sobre a letra, verso a verso. Chegamos ao consenso de que a letra falava da dureza da vida, em especial na periferia.
Por fim, na folha em que eles já tinha anotado suas sensações e a letra da música, eles dissertaram sobre o essa articulação entre um conteúdo alegre (Conteúdo da Forma), e o Conteúdo do Discurso (da letra), que era pesado, desesperador. A maioria deles escreveu, de uma forma e outra, que tal forma com tal discurso passavam a ideia de que esperança, e de alegria como única forma de suportar a dureza da vida.
Ponto baixo:
Mas a roda da fortuna não para, e depois de subir tive de descer. Na semana passada levei meus instrumentos musicais novamente para a escola, e não saí muito feliz. Mesmo sem deixar a atividade totalmente livre, e colocando o objetivo de que cada grupo de alunos composse uma melodia simples com pelo menos 3 notas, e mesmo assim eles dispersaram muito. Com um dos primeiros anos, além de dispersar, eles surraram os instrumentos, apesar do meu segundo alerta pra eles tocarem com menos força. Arrebentaram 4 cordas, e deixaram a laa do fundo dos orocongos amassadas. Vamos ter uma conversa séria na próxima vez, e se continuar assim, acabou esse tipo de atividade com algumas turmas.
Mas, pra dizer que cosias boas e surpreendentes saem pra quem presta atenção nos momentos de baixa, um dos alunos, extremamente agressivo no trato e com os instrumentos, se empolgou com os acordes de violão que outro aluno o ensinava. Quis saber quanto custa um violão, disse que ia tentar arrumar um. Além desse episódio, um terceiro ano terminou a noite (última aula), tocando e cantando as músicas dos Mamonas Assassinas. Por que que jovens de 2016 tem essa referência eu não sei bem (era uma referência pra mim na idade deles, mas os caras morreram na época e tals...). Foi divertido.
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