sexta-feira, 28 de abril de 2023

Um dia esta Ilha afunda

Um dia esta Ilha afunda


Tem coisas que não mudam. Uma dessas é a sanha da exploração imobiliária predatória desta Ilha de Santa Catarina, em algum momento renomeada "Cidade de Floriano Peixoto", aquele presidente milico fascinora que em 1894 mandou fuzilar uma pá de gente aqui em Anhatomirim.

A poucos dias se confirmou o óbvio: a burguesia local precisava da "liberação da boiada" do tal novo plano diretor, que de popular nada tem, e vai permitir a construção de prédios com mais andares em bairros, praias, e até mesmo em áreas de preservação, o que antes não era permitido. A vida do pobre, em coisa de uma década, deve aqui se tornar muito mais miserável.

"Um dia esta ilha vai afundar", eu ouvi não sei de onde, certa vez, ainda quando criança. Mas certamente, antes da elevação dos mares pelas mudanças climáticas, vai afundar no CO2 da descarga de automóveis, 
nos coliformes totais e no caos social gerados pela falta de infraestrutura pública, viária, de priorização do transporte público, e de eprego pleno para tanta gente.

Cascaes já sabia e falava disso, a seu modo. Seguimos nós, artistas de hoje, falando ao nosso modo, por que infelizmente este mal Bruxólico não desaparece da face da terra, e só se aprofunda (e não será diferente enquanto a burguesia existir).

Deixo aqui o clipe da música "Mané", de minha autoria e que fiz como forma de crítica a tudo isso, nos ídos de 2008, muito antes do meu recente trabalho, Bruxólico, o videogame/livro, que também aborda esta e outras mazelas desta terra da qual o nome nada tem a ver com flores.




Tem coisas que, infelizmente, não mudam.


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