Já que vou aprofundar essa coisa de fazer o game este ano, vale a pena sintetizar a experiência inicial do ano passado. Ao final do ano passado, nas últimas 4 semanas de aula, eu e 3 turmas realizamos um game simples de plataformas (um game por turma). Os games estão publicados neste endereço (e em breve também disponíveis na seção de downloads deste Blog).
Bom, ano passado realizamos o game. O tempo era curto, e não trabalhamos em uma pré-produção, algo que quero fazer de diferente este ano. No total forma 4 encontros, duas aulas por semana (aula faixa):
No primeiro encontro fiz uma apresentação sobre a história dos games e sobre nossas possibilidades técnicas de fazer um game (saber o que era possível fazer).
No segundo encontro fizemos a construção coletiva experimental de uma narrativa geral para o game (a historia de fundo do game). Foi um "brain storm", ideias eram jogadas, eu ia mediando elas em "tempo real", e tentando agrupar no quadro da sala. Depois filtramos melhor que ideias dialogavam, reunidas, e quais deviam ser excluídas. Quando surgiam ideias conflitantes votávamos para chegar no consenso. Algo que também funcionou bem, e que vou repetir, foi escolher um alun@ para ser o secretári@ do projeto: anotando tudo que tínhamos de ideias em um caderno.
No terceiro e quarto encontros partimos direto para a produção, e os alunos decidiram em quais equipes queriam trabalhar:produção de personagens, de cenários, de efeitos sonoros, e de músicas. Algumas equipes funcionaram bem, outras não. Os alunos não tinham como trabalhar na mesma sala (os do efeito sonoro deviam captar sons pela escola ou na internet, e os da música deviam compor na biblioteca com instrumentos reais ou com programas de criar músicas). Divididos pela escola eu fiquei andando pra lá e pra cá tentando auxiliar a todos os grupos. Os grupos que criavam as imagens trabalharam bem. Os dos efeitos sonoros quase nada fizeram. Os da música só renderam na turma em que haviam alunos músicos e que se empenharam na tarefa.
A parte da produção foi a mais difícil, é claro, por que não fizemos uma pré-produção, e por que esta forma de organizar os grupos se mostrou enviável. Esse ano vou fazer com mais calma, realizando a pré-produção e com grupos de trabalho realizando a mesma tarefa em cada etapa. Em breve explico melhor.
Outro problema no ano passado foi o tanto de trabalho que sobrou só pra mim, sozinho: digitalizar todos os gráficos, editar e coloca no formato para o programa, inserir no projeto do game, montar os cenários e fazer a inteligência artificial dos inimigos, etc. Mesmo que o programa ARGS (Arcade Game Studio) seja bem amigável e relativamente fácil, é ainda bastante trabalho. Foi uma semana em casa, me dedicando só a isso. Valeu a pena, mas esse ano, com um projeto maior (games com mais fazes e gráficos), vou tentar dividir essa tarefa com os alunos. Como fazer isso com a pouca estrutura do colégio? Ainda vou descobrir, ou ao menos experimentar e tentar algo de diferente.
Apesar de tudo, a experiência do ano passado foi ótima, com resultados incríveis para o pouco tempo de produção que tivemos. Como em outras atividade do tipo, a vocação transdisciplinar não restringe os gêneros de arts as quais recorremos para dar conta de fazer o game: diferentes formas de gerar imagem, sons e narrativa.
Os games podem ser acessados (baixar para jogar em seu computador) no link:
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