Observações particulares...
Sobre os games que eu e meus alunos do Ensino Médio produzimos, se você é novo no Blog, leia as postagens anteriores para saber mais a respeito.
Como uma atividade experimental eu não poderia prever os resultados de cada uma de minhas escolhas para a proposta. É exatamente por isso que é imprescindível parar e refletir a respeito dos caminhos que estas escolhas nos fizeram trilhar.
Como introdução: já falei que eu fiquei surpreso com o fato dos alunos conhecerem a maior parte dos personagens de games, ou os próprios games específicos, do final dos anos de 1980 e meados de 1990? Daquele vídeo que eu mostrei, Mário, Sonic, Crash Bandicoot, Donkey Kong e Street Fighter foram unanimidades. Todos os alunos, nas 3 turmas, verbalizaram durante o vídeo que identificavam os personagens e games. Em menor número, mais ainda notável, vários conheciam games e personagens de Mortal Kombat, Metroid, Pong, Pack-man, Megaman, Zelda, entre outros. Só os mais "nerds" que conheciam games das últimas gerações de video games, como Assassins Creed, GTA, entre, Bioshock, entre outros....
Além do vídeo "resumo" da história dos games, eu mostrei vídeos específicos de games de plataforma de visão lateral (side-scrolling). Comecei com Super Mário Bros do NES, de 1985, e mostrei outros, como Donkey Kong, etc. Alguns games com diferentes gráficos: uns de desenho infantil, outros com captura de atores, entre outros, para mostrar possibilidades gráficas aos alunos. Conversamos um pouco sobre cada exemplo. Ainda, digno de nota, a unanimidade das unanimidades foi sim o Mário de 1985, que quase todos os alunos diziam ter jogado (e alguns diziam que nunca passaram do primeiro mundo do game). Mas vamos ao primeiro dos 3 games dos alunos:
Turma 13 - INDIANA JOÃO
A turma 13 começou já com algumas idéias definidas: queriam um personagem e cenários do local, da Barra da lagoa. Aos poucos ganhou forma a ideia de um pescador que sairia em uma aventura em busca da "tainha de cristal". Alguém tinha listado algumas idéias com relação a uma bruxa, mas em especial que a bruxa não fosse retratada meramente como vilã. Ao final juntamos algumas das ideias iniciais sobre os objetivos dos personagens. Listamos também alguns vilões e inimigos para o game: um tubarão antropozoomórfico, o pescador com boné, carangueijos, e cenários: o farol da Barra, a ponte (não ficando claro se da cidade ou do bairro), e uma caverna onde se encontraria o tal tainha de cristal. também ficou definido que quem daria ao pescador a tarefa de encontrar a tainha seria a bruxa, e como recompensa ele ganharia alguma recompensa (dinheiro foi cogitado).
Equipe dos cenários: essa equipe produziu muito bem realizando desenhos coloridos com lápis de cor, giz de cera, e cola colorida. O toque de "desenho infantil" ficou legal para o game. Me deu algum trabalho separar o que era "primeiro plano" (em geral o chão onde o personagem pisa) do plano de fundo para o game. Tentei explicar para eles como funcionaria, mas grande parte do trabalho de separação eu fiz em casa. Também tive de aumentar a saturação das imagens para realçar o pardo colorido do lápis de cor.
Equipe dos personagens: também produziram bastante, definindo e desenhando o personagem principal e o vilão final do game. Os desenhos ficaram a lápis, em preto e branco. Pra digitalizar deu um trabalho, tive de passar canetinha preta no contorno dos desenhos pra que o escaner conseguisse pegar o desenho.
Equipe da música: Como poucos alunos sabiam tocar algum instrumento musical eu levei o Nintendo DS com o programa Mario Paint Composer para eles fazerem as músicas. Como só um aluno pode mexer por vez no aparelho, acabou que poucos participaram, a maioria ficou de bobeira pela escola.
Efeitos sonoros: No primeiro dia entreguei pra eles meu telefone celular e pedi pra eles saírem pela escola tentando gravar sons que pudessem servir ao game. Não deu muito certo. No segundo abri a sala de informática e mostrei para eles alguns sites onde se pode buscar e baixar efeitos sonoros (sons ambientes, de objetos específicos, etc). Eles conseguiram alguns poucos sons, mas de resto eu tive de fazer em casa.
No geral as equipes dessa turma tiveram boa participação, e foi legal deixar eles soltos pela escola escolhendo em que espaço trabalhar. No dia de jogarmos o game eles curtiram bastante jogar seu game e o game das outras duas turmas. Visualmente ficou um game bem legal. O nome do game não ficou definido, então eu acabei escolhendo esse nome por causa da referência da "caveira de cristal" de filmes de aventura do tipo Indiana Jones.
Sei que para o leitor pode não interessar tantos pormenores, mas como esse blog é um amálgama de diário e publicação ele acaba também servindo de espaço de rememoração: é nele que eu lembro de detalhes e é no ato da escrita que chego também a novas sínteses e conclusões. Em breve, os outros dois games e minhas críticas e reflexões sobre estas e para atividades futuras.
Lembrando que os games estão disponíveis em:
http://gameartesescola.blogspot.com.br/
Lembrando que os games estão disponíveis em:
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