terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Game Resenha Anacrônica


Metroid - Famicom/NES - 1986


Metroid, lançado em 1986 em disquetes no japão, e em 1987 em cartuchos nos EUA, é um game de NES influente que ajudou a definir um subgênero de jogos de ação com visão lateral que, em geral,  possuem um grande cenário, mapa, que precisa ser explorado, chamado hoje de “metroidvania”. A história mostra uma “caçadora de recompensas”, Samus, que deve destruir uma espécie de parasita alienígena, de nome Metroid, que habitam um planeta no território da federação galáctica.




Não a toa que o nome da caçadora de recompensas, controlada pelo jogador, tem um nome "unisex", pois só ao final da aventura que o jogador descobre que o personagem é feminino. Foi uma sacada proposital levando em conta o panorama predominantemente masculino do universo dos jogos. Nem por isto o game não seja um produto de sua época e lugar (Japão). Essa história é bem conhecida, mas eu não podia deixar de mencionar.




Apesar de o restante da narrativa do game ser mais clichê (talvez seja mais agora, e nem tanto na época), ele consegue criar um universo que remete à literatura pulp e quadrinhos de ficção espacial, alienígenas, ou filmes que seguiam esta mesma vertente. O nome e visual do último chefão, "Mother Brain", é com certeza uma das representações disso. É bem diferente um universo na mesma linha daquele do filme Alien (1979), que é mais densa, menos maniqueísta, e que remete a questões sociais maiores que os personagens individuais, seguindo tbm a linha da literatura de ficção espacial de Ray Bradbury. Apesar disso, o impacto visual do filme Alien também é presente nos gráficos do game.




Mas na parte do "level design", considero incrível o que a criatividade dentro das restrições e limites é capaz de criar. O jogo precisava caber em poucas centenas de kilobytes, então ele utiliza muito da repetição de telas, rearranjadas em diferentes locais do mapa, para assim construir um grande cenário subterrâneo repleto de criaturas alienígenas. Não a toa todas as portas, que ligam diferentes seções daquele mundo subterrâneo, estão todas na mesma altura da tela, pois dessa forma os desenvolvedores podiam "reciclar" e repetir telas em diferentes rearranjos, sem assim perder a conecção ou ter de gastar mais alguns bytes tendo as portas em outra configuração. Apesar da repetição, o jogo é cativante, e cria essa atmosfera densa e claustrofóbica de quem está vestindo uma roupa espacial em ambiente hostil. 




Recentemente tem havido uma polêmica exagerada sobre o quanto o game ficou datado e difícil principalmente por conta deste fator de repetição de telas e falta de um mapa acessível dentro do game para que o jogador se localize (coisa que passou a existir em versões futuras desta série de games). De fato, não é fácil de navegar por aqueles labirintos, mas isto pode ser encarado como uma forma de criar a atmosfera e dificuldade do jogo, além do quê, não faltam mapas na internet para você consultar em seu "ixmartefone" (eu o fiz). Na minha experiência estas limitações da época não são o suficiente para impedir a fruição do game.




Hoje em dia é fácil de achar Metroid para jogar em emuladores, ou mesmo cartuchos regraváveis, pela internet (como a quase todo game antigo). Eu joguei uma versão com melhorias (hack) chamada “Metroid Mother”, que adiciona tela de salvamento (que só existia na versão japonesa, em disquete, do game), um mini mapa que aparece quando você paralisa o jogo (start), entre outras comodidades anacrônicas que não existiam na versão original mas que são bem vindas hoje em dia, ainda mais para pessoas da minha idade que não tem assim tanto tempo a investir em um game.




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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Rememorando

Me forçando aqui a atualizar meu Currículo Acadêmico Lattes, e caramba, fui lembrando de tanta coisa que participei no passado. Uma delas foi a exposição coletiva Gambiarra Sonora, do Museu de Imagem e do Som, no CIC, Florianópolis.

Pena que eu não tenho mais registros dessa participação, na época, 2017, eu estava muito atarefado e até estressado com o trabalho como professor. Mas além de 3 instrumentos musicais que construí ficarem lá expostos por mais de um mês na galeria, juntamente com as criações de outros artistas, também participei do evento de abertura, onde no palco do cinema do CIC cada um mostrou um pouco de seus instrumentos tocando para a plateia, e também de um evento de finalização da exposição, com os músicas fazendo uma tocata, ou Jam se preferir, com seus instrumentos que ficaram expostos.

De registro pela internet ainda se encontra a chamada da exposição em vídeo, no perfil de facebook do Museu de Imagem e do Som de SC, e uma ou outra matéria anunciando o início e finalização evento.









quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Um mês evitando as redes sociais...

Fiquei um mês evitando de entrar no facebook, twitter, e Instagram, e mesmo que eu não cumpra a ideia inicial de ficar um ano sem entrar e postar, já senti uma diferença que me fez repensar minha relação com estes feudos digitais.

Eu andava me sentindo intoxicado dessa "necessidade" que as redes sociais criaram: é preciso postar algo, todos os dias de preferência, e quando você posta, fica ansioso com o retorno que as pessoas vão dar em forma de "likes" ou comentários.

Um mês evitando, em geral apenas checando vez em quando se havia alguma mensagem privada, e já pude ter um distanciamento que mudou alguns dos meus hábitos. Nesse período eu consegui fazer coisas que eu não conseguia mais fazer a coisa de uns 3 anos: li mais (digo, livros, literatura e revistas impressas), cuidei mais do meu corpo, toquei meus instrumentos musicais e até fiquei entediado (vejam só, que coisa rara, ficar entediado em pleno 2024, na era do hyper estímulo mobile).

Eu sei que para alguém como eu, artista que tenta divulgar seu trabalho, é impossível simplesmente abandonar estas plataformas, ou como alguns já começam a caracterizar espécies de feudos digitais que fragmentam e controlam as fronteiras da internet, mas quero me policiar (é necessário por que o troço é feito para viciar igual a qualquer droga) e não perder tempo em demasia, nem ficar ansioso com o retorno de likes. Essa última é talvez a parte mais difícil, e é a que mais causa desconforto psíquico.

Aos poucos devo voltar a postar nas minhas redes, no ritmo que me sentir confortável, provavelmente só aquilo que eu considerar mais relevante.

Faço isso não exatamente por algum tipo de militância digital, eu sei que essas coisas não se modificam por conta de mudanças de habito individual, como qualquer outra coisa na indústria, não acredito nesse tipo de pensamento liberal. Mas faço pela minha saúde, e fica o alerta para os amigos que buscam equilíbrio nessa relação forçada que temos de ter nestas fronteiras.