terça-feira, 8 de julho de 2025

Resenha Telethugs na Revista Crash

E saiu mais uma revista Crash, e mais uma resenha de um dos jogos que criei para ZX Spectrum. Agora é a vez de Telethugs, criação do Pedo Paiva que eu adaptei e rerogramei para o ZX. Fico bem feliz com a resenha positiva, apesar de algumas falhas do jogo. Mas, cada um que julgue por sí.

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Abaixo prints da resenha e a tradução para o português:







Tradução:

Telethugs
Amaweks
💵 R$ 6,00 📅 05/2025 💾 48K / 128K
Download: bit.ly/3TyKyMo


Lá nos confins da cena homebrew do Mega Drive, alguém ousou distorcer Teletubbies – aquele devaneio pastel de cores para os telespectadores mais novinhos – transformando-o em algo estranhamente maravilhoso no clássico console da Sega. Assim nasceu Telethugs – um jogo de tiro e corrida com um toque adulto, violento, para aqueles que suportaram o bizarro mundo dos Teletubbies graças a sobrinhos, filhos de amigos, irmãos mais novos, ou até mesmo seus próprios filhos (não se preocupe – a CRASH não está julgando a faixa etária dos nossos leitores). O tempo tem o dom de fazer as memórias desbotarem na neblina cinzenta – mas aí surge o fantástico Amaweks, a lenda dos games solo Paulo Andrés de Matos Villalva, para trazer tudo de volta em foco berrante.

Pense nisso como um demake, trazido à vida no estilo inconfundível de Paulo – distintivo, evocativo e impossível de confundir. Você controla um dos Telethugs numa matança homicida, correndo por diversas áreas como subúrbios, vagões de trem e cemitérios, só para citar alguns. Tudo, desde os bebês fofinhos do sol e coelhinhos saltitantes até os sinistros vilões que querem te matar, está lá – e sua missão é explodir tudo com sua espingarda, sem arrependimento, remorso ou pitada de nostalgia piegas. Se se mexe – mate. Isso vale também para os chefões de fase, que oferecem uma pausa com a necessidade de estudar como derrotá-los sem perder vidas.

Se esse jogo lembra algo, são títulos clássicos dos anos 80 como Robocop – com até um toque de Stop the Express na fase do trem. É hora da morte, Teletubbies.

Críticas
Eu não esperava estar jogando um clássico infantil distorcido em 2025 – mas no mesmo mês, resenhei Hamble’s House of Horror para o Spectrum Next, que mexeu com minhas memórias de Play School e deu a elas um toque David Lynch. Então, quem sabe o que esperar do resto do ano? Ainda que eu tenha usado o termo moderno demake no texto principal, se isso fosse nos velhos tempos e Telethugs fosse um jogo de fliperama popular no qual colocávamos nossas moedas de 10p, teria sido chamado de conversion – e ficaríamos absolutamente felizes de ter uma versão jogável em casa.

Com esse espírito, Amaweks entregou uma versão muito fiel, indicativa do original. O design das fases, as lutas contra chefes e o clima geral do jogo foram perfeitamente capturados. Contudo, olhos mais atentos nesta era de jogos para Spectrum podem notar como a arte foi aprimorada, mas há elementos que podem frustrar. Por exemplo – mirar a arma enquanto pula está ligado à mesma tecla de subir/pular, o que torna a alternância entre atirar e pular meio irritante. A repetição, apesar da estética temática marcante, também é visível. Isso não quer dizer que o jogo falte o estilo único de Amaweks – ele está recheado de sua estética inconfundível.

Para os fãs de áudio, seja em 48K ou 128K, há uma série de efeitos de beeper e melodias AY para agradar seus ouvidos. Mas, assim como Marlow, mesmo sendo agradável, há uma sensação de déjà-vu, da mesma forma como a Filmation foi explorada pela Ultimate. Parece uma versão diluída de algo que já veio antes. Estou decepcionado com esse último lançamento? Sim. Apesar de ser um jogo de tiro (shooter), e não de plataforma, ele não tem o mesmo impacto – parece menos marcante e deixa uma sensação de estar um pouco incompleto.
– Gordon King

Opinião do Paul
Sempre me perguntei o que os Teletubbies faziam quando as câmeras paravam de filmar. Sempre presumi que fosse algo como “dar a volta no beco fumando um cigarro, ficando animado com uma garrafa de White Lightning e ameaçando quem passasse.” Depois de jogar isso, minhas ideias iniciais pareceram bem suaves em comparação. É muita explosão de bichinhos fofos em pedaços e pular pelo cenário desviando de casais nus aqui e ali, mas achei a jogabilidade um pouco frustrante, especialmente ao tentar atirar para cima ou para baixo, o que às vezes faz você pular ou atirar diagonalmente para baixo sem querer. Muito irritante.

Está cheio do estilo característico de Amaweks, o que é ótimo, embora o que não seja tão legal é ter que atirar em um dos heróis da minha infância. Pobrezinho do Thomas, o Trem. Você me perdoa?


Comentários
É uma ótima conversão e um jogo de tiro run-and-gun bem jogável, mas não desafia Amaweks fora de sua zona de conforto. Apesar disso, você vai se divertir.

Teclado: Redefinível
Joystick: Sinclair, Kempston

Avaliação:
Uso do Computador: 80%
Gráficos: 82%
Jogabilidade: 81%
Som: 80%
Qualidade Viciante: 78%
Nota Final: 80%