quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Facebook

Será que o facebook representa a realidade imediata? Será que ele é uma fatia da realidade? Qual o peso dessa fatia? Saindo do facebook conseguirei me manter "informado"?... São algumas das questões que me mantinham preso a este espaço, até agora. Já faz tempo que considero isso aqui um fracasso do ponto de vista do potencial da internet. Já faz tanto tempo o quanto que considero o facebook um espaço contraproducente, que só me faz mal, me deixa sentindo como se o mundo girasse ao redor de cosias mesquinhas, de vaidades, de narcisismo. E de fato, o mundo aqui deste espaço gira a o redor destes sentimentos autofágicos. Isso já é ponto passível a algum tempo também. Mas, então, e a resposta para as primeiras perguntas? Sinceramente, não penso mais que o facebook represente uma dimensão da realidade que valha a pena. É sim uma dimensão da realidade, que não pode ser subestimada, mas nem superestimada. Mas é uma dimensão que não vale o esforço, o desgaste humano. Nos tornamos piores nesse espaço: nos infantilizamos, nos tornamos mais vaidosos de um jeito péssimo e improdutivo, criamos vícios, panelas, hierarquias, e potencializamos tudo de ruim que pode haver nas relações humanas. Lemos menos neste espaço, somos menos autônomos, temos menos iniciativa. Parecido com nossa relação com a televisão, somos passivos: curtimos, compartilhamos cosias saídas sabe-se lá da onde, de teor duvidoso, frequentemente preconceituosas, simplistas, ofensivas, e que ão constroem nada de bom, só de ruim. É também um espaço panóptico: vigiamos uns aos outros, e, sabendo o que nossos pares esperam ouvir de nós, passamos a vigiar a nós mesmos. Entramos na lógica dos likes da galera: "vou curtir aquilo que é consenso entre meus pares, assim ganharei mais likes, e mais pontos de sociabilidade, assim terei mais chance de agradar a fulano ou ciclano, suprir este ou aquele interesse", e por ai vai.... As supostas vantagens de estar no facebook: por que todos estão aqui, por que você precisa ficar informado, etc, já não bastam. Saio pra não voltar mais, quem realmente precisa manter contato, me telefone, mande um e-mail, ou me convide para uma cerveja. Neste espaço, dentro de suas regras e leis, embrutecemos e emburrecemos. Prefiro a "ignorância" sadia e produtiva do navegador anônimo da internet.

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