(tradução da resenha para o português logo abaixo das imagens)
Crash Magazine Bruxólico Review
I could not be more happy do read this so positive review of my game Bruxólico. Again, like TCQ, the game received "A Crash Smash" stamp. Please support Crash Magazine on the link: https://fusionretrobooks.com/collections/crash-magazine
Resenha Revista Crash Número 15
páginas 44, 45, 46, e 47
Selo "A Crash Smash" (jogo predileto desta edição)
Bruxólico
Amaweks
Abril 2023
Influenciado pelo folclorista brasileiro Franklin Cascaes, que se especializou na cultura açoriana, Bruxólico presta tributo a histórias e mitos que muitos de nós na Inglaterra (e outros lugares) desconhecemos. É incorporando estas lendas que este revigorante jogo de ação com plataformas se passa na ilha de Desterro.
Nas profundezas de suas florestas repousa um amedrontador poço sem fundo. Além de toda a tralha que alimentava sua garganta através dos anos, todos os sentimentos maliciosos dos homens também descendiam em suas profundezas. Com o tempo este mal se acumulou e manifestações malévolas foram cuspidas para fora do poço em toda esta terra. Uma destas criaturas é o Boi-Fantasma, com chifres demoníacos e cascos que podem matar, mas ele é diferente: todas as demais criaturas o atacam. Então, ao invés de ceder à vontade das hordas, este improvável desterrado herói decide retornar ao poço e confrontar os semi-demônios que controlam a colméia infernal. (nota minha: na verdade ele não volta ao poço, e a ação acontece em paisagens terrenas da ilha)
É aqui que encontramos nosso anti-herói no começo do vídeo jogo, e ele tem de fazer seu caminho de volta ao poço. Bloqueando seu caminho há toda uma gama de seres malignos, e o Boi-Fantasma pode tanto chutá-los ou pular sobre suas cabeças. Muitas das telas são desafios de plataformas, onde saliências e abismos impedem seu caminho. O Jogo é dividido em capítulos contendo diferentes áreas do submundo, e batalhas contra chefes de fase (nota minha: o jogo começa dentro do poço, no "submundo" ou "extramundo", mas decorre em nosso mundo).
Há bastante variedade no jogo também, como seções com elevadores verticais ou alguma forma de transporte que se move no plano horizontal. Qualquer um familiarizado com o trabalho anterior do autor, TCQ, vai se sentir em casa com isto. O conto é segmentado em 3 partes, cada uma necessitando um carregamento independente do programa na memória para continuar a história.
Acompanhando o jogo há um livro lustrado ambicioso que conta a história da jornada do Boi-Fantasma. Apesar de traduzido do português a leitura está boa, e as ilustrações no estilo do ZX estão gloriosas. As surpresas não param ai; há também uma narração em arquivo de audio para escutar junto com o jogo. Este recurso não havia sido utilizado deste o igualmente ambicioso Deus EX Machina, de Automata.
Crítica
A primeira coisa que você vai notar em Bruxólico é que visualmente o jogo parece com um diorama, ou com um palco de teatro onde as pessoas da vila sentam e assistem. Nos tempos idos contos e lendas do folclore eram encenados por atores mambembes em pequenas comunidades.
Amaweks, também conhecido como Paulo A. M. Villalva, tem uma assinatura reconhecivel em seus jogos de ZX Spectrum. A gama completa da paleta de cores é utilizada para maximizar o efeito visual, e ele celebra o muito elogiado "recurso" que é o colour clash.
O mundo que ele cria é único e estilizado, com um excelente desenho de níveis (level design) com locações variadas. É um bom senso de progressão enquanto você se embrenha nas profundezas deste submundo (nota minha: engraçada a confusão que transformou a ilha em um submundo). O balanceamento entre a parte de ação e plataformas é perfeito, com nenhum dos elementos superando o outro.
Os vários estilos de jogabilidade de Bruxólico afastam qualquer sentimento de monotonia: uma área pode ser no padrão de se mover da esquerda para a direita, enquanto o próximo estágio pode ser uma plataforma móvel onde você tem de defender sua posição. Definitivamente o jogo lhe mantém em movimento e tentando adivinhar o que virá aseguir.
O livro ilustrado é um trabalho de arte e paixão: página após página transmite a paixão que Paulo tem por sua herança cultural. Seu ardor é ainda mais proeminente com os acompanhamentos de audio: onde ele narra com tal talento e convicção.
Gordon King.
Crítica de Paul (quadro vermelho):
Minha primeira impressão de Bruxólico não foi realmente de toda aquela excitação, pra ser honesto. Certamente, era divertido pular sobre a cabeça dos inimigos, mas depois de ser morto algumas vezes eu fiquei frustrado por ser mandado de volta ao começo de cada nível. Depois de um pouco de concentração eu pude passar por estes inimigos e alcançar o chefe do primeiro nível. Foi aqui que o jogo me ganhou. Chegando a este ponto pude realmente apreciar o que havia sido feito.
Nós temos um jogo dividido em três partes contendo 3 histórias diferentes e esteticamente muito agradáveis aos olhos. A paleta do Spectrum é utilizada de forma brilhante (ciano e magenta inclusos) e a trilha sonora prazerosa é acompanhada de efeitos sonoros muito bacanas: com o som do mar no começo da parte 3 me impressionando muito, sem mencionar o muito bem feito movimento de rolagem de cenário em camadas (parallax scrolling).
No conjunto Bruxólico é uma conquista impressionante, repleta de ótimos visuais, sons e aventuras onde se perder. Maravilhoso.
Quem foi Franklin Cascaes? (quadro com a fotografia do professor Cascaes)
Franklin Cascaes foi um folclorista brasileiro, escritor, e pesquisador que dedicou sua vida à documentar a herança cultural de Santa Catarina, uma região ao sul do Brasil. Ele coletou histórias, lendas, e tradições das pessoas da região e utilizou o material como base de sua pesquisa. Cascaes fundou o Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina (ver minha nota) que visava preservar a herança cultural, e estabeleceu um museu dedicado à história da cultura de Santa Catarina. Ele foi o escritor prolífico de mais de 30 livros, focados no folclore, mitologia, e cultura popular na região. Cascaes também foi um artista visual, incorporando o folclore e cultura da Ilha de Santa Catarina em suas pinturas e desenhos. Seu legado continua a ser celebrado e estudado por pesquisadores e entusiastas da cultura e folclore Brasileiro.
(Notas minhas: acrescento que Cascaes também foi um artista quee documentou a cultura popular mais especificamente da grande Florianópolis. Cascaes não fundou o Instituto Histórico Geográfico SC, a confusão dos resenhistas talvez se dê ao fato de sua ligação com o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC, e de sua obra lá preservada. Também não publicou mais de 30 livros, mas tem publicado mais de 30 contos nos dois volumes de O Fantástico da Ilha de Santa Catarina, e talvez daí a confusão. Mas honestamente, o mais importante, para estrangeiros a quem pouco importam nossas instituições locais, o que vale é que o Cascaes foi visto por eles com a devida estatura histórica e cultural. Acho que essa mentira involuntária perdida nas traduções seria com certeza celebrada pelo Peninha).
Comentários
Gráficos são unicos e mostram o máximo potencial de cores do Zx Spectrum. Som demonstra uma variedade de diferentes faixas de 128k durante o jogo. No geral, iesto é uma peça de arte de um autor apaixonado. Bruxólico é apresentado e polito até o nono grau (ao máximo). A versão física será "um algo" a se possuir.
Teclas: redefiníveis (parcialmente)
Joystick: Sinclar ou Kempston
Uso do computador: 91%
Graficos: 93%
Jogabilidade: 92%
Facildiade de iniciar 90%
Qualidades adictivas 93%
Média: 92%